Atualmente somos constantemente, sistematicamente e
insistentemente “bombardeados”, exatamente este o termo: bombardeados; por
informações, fórmulas e receitas para sermos felizes: “Coma isso!”, “Não coma
aquilo!“, “Faça exercícios!”, “Ganhe dinheiro!”, “Seja bonito!”, “Use este!”, “Não, use este aqui!”, “Não, use aquele outro!”, “Compre!”, “Beba!”, “Desapega
desapega!”, “Fique!”, “Vá.”, “Venha!”, “Tenha!”, “Seja!” entre outros, desde o
momento em que abrimos os olhos pela manhã até quando os fechamos ao dormir e,
se possível, enquanto dormimos.
São tantas as abordagens nos dizendo para e como ser
felizes, que a impressão que fica é que ser feliz tornou-se uma obrigação. Institucionalizou-se
a felicidade, assim como IPVA, IPTU, FGTS a felicidade nos dias atuais tornou-se
compulsória. Impõe-se a obrigatoriedade da felicidade a qualquer custo, mesmo
pelos meios mais obscuros. E parece que aquele que ousar ter um momento de
tristeza, um lapso de ausência de felicidade é um parasita social, um louco, um
deslocado, doente, mais perigoso que um sorriso vazio.
Não pensem que sou contra as pessoas serem felizes, muito
ao contrário disso, desejo o bem a todos. Entretanto o que se vê nos dias
atuais, são pessoas sacrificando a sua saúde, o seu tempo, a sua juventude, o
seu convívio familiar e, veja a que ponto chegamos, até mesmo a própria
felicidade em busca de uma felicidade de comercial de margarina. Os meios de
comunicação, a mídia aberta, a publicidade, as ideologias, a religiões, enfim
todos tentando nos ensinar a conquistar a felicidade.
Mas será que algum deles realmente sabe o que é a
felicidade?
Como aprendiz que sou, me aventuro pelos sabores da vida
para ver se algum dia me encontro com essa tal felicidade por aí. Não por
obrigação, mas sim para o meu bel prazer. E com o devido respeito, peço a
licença à Cecília Meireles, para trocar alguns de seus versos, pois não usamos
mais correntes, porém ainda não tenho certeza se somos realmente
livres/felizes:
“...felicidade,
essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda...”
By: Vitor Hilário.
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