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sexta-feira, 20 de março de 2015

A Felicidade por obrigação


           
Atualmente somos constantemente, sistematicamente e insistentemente “bombardeados”, exatamente este o termo: bombardeados; por informações, fórmulas e receitas para sermos felizes: “Coma isso!”, “Não coma aquilo!“, “Faça exercícios!”, “Ganhe dinheiro!”, “Seja bonito!”, “Use este!”, “Não, use este aqui!”, “Não, use aquele outro!”, “Compre!”, “Beba!”, “Desapega desapega!”, “Fique!”, “Vá.”, “Venha!”, “Tenha!”, “Seja!” entre outros, desde o momento em que abrimos os olhos pela manhã até quando os fechamos ao dormir e, se possível, enquanto dormimos.
            São tantas as abordagens nos dizendo para e como ser felizes, que a impressão que fica é que ser feliz tornou-se uma obrigação. Institucionalizou-se a felicidade, assim como IPVA, IPTU, FGTS a felicidade nos dias atuais tornou-se compulsória. Impõe-se a obrigatoriedade da felicidade a qualquer custo, mesmo pelos meios mais obscuros. E parece que aquele que ousar ter um momento de tristeza, um lapso de ausência de felicidade é um parasita social, um louco, um deslocado, doente, mais perigoso que um sorriso vazio.
            Não pensem que sou contra as pessoas serem felizes, muito ao contrário disso, desejo o bem a todos. Entretanto o que se vê nos dias atuais, são pessoas sacrificando a sua saúde, o seu tempo, a sua juventude, o seu convívio familiar e, veja a que ponto chegamos, até mesmo a própria felicidade em busca de uma felicidade de comercial de margarina. Os meios de comunicação, a mídia aberta, a publicidade, as ideologias, a religiões, enfim todos tentando nos ensinar a conquistar a felicidade.
            Mas será que algum deles realmente sabe o que é a felicidade?
            Como aprendiz que sou, me aventuro pelos sabores da vida para ver se algum dia me encontro com essa tal felicidade por aí. Não por obrigação, mas sim para o meu bel prazer. E com o devido respeito, peço a licença à Cecília Meireles, para trocar alguns de seus versos, pois não usamos mais correntes, porém ainda não tenho certeza se somos realmente livres/felizes:
            “...felicidade, essa palavra
            que o sonho humano alimenta
            que não há ninguém que explique

            e ninguém que não entenda...”

By: Vitor Hilário.

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